quarta-feira, 1 de julho de 2009

Johnny Mad Dog

Johnny Mad Dog



"Se não quer Morrer...
Não Nasça!
Se não quer Morrer...
Não Nasça!
Se não quer Morrer...
Não Nasça!"


Tive contato com o filme quase que por acaso, um amigo meu me recomendou devido ao rebuliço que vem causando na Europa, chocando as audiências em Cannes e em outros festivais onde se apresentou. Johnny Mad Dog é um filme cru... surpreendente e que merece todos os holofotes que tem encima dele agora.

Johnny Mad Dog, 2008
de Jean-Stéphane Sauvaire

com
Christophe Minie (Johnny Mad Dog)
Daisy Victoria Vandy (Laokole)

Johnny Mad Dog é um comandante militar... ele tem perto de quinze anos e sob seu comando garotos de dez a dezesseis servem numa guerra sem lei num país não nominado na África. Johnny segue as ordens de seu coronel, invadindo quando tem que invadir, matando quando tem que matar e cometendo atrocidades quando quer.

Ele estupra, assassina e rouba junto com seus “homens” enquanto seguem tornando um golpe de estado possível, alheios ao porque da luta (se é que poderia haver um motivo para tamanha violência) e a quem isso beneficiaria.

Laokole é uma menina de treze anos, tem um pai inválido e um irmão pequeno. Eles moram na capital e a guerra lentamente se aproxima. A vida tem sido dura e difícil, mas eles tentam se manter juntos e seguir uma rotina com estudo e brincadeiras quando é possível.

A guerra finalmente chega a capital e as ordens para Johnny são de invadir e manter uma área até que seu coronel possa se juntar ao seu pelotão. A área é a mesma que Laokole tem que fugir com sua família para sobreviver.

- Trailer



- Crítica

Johnny Mad Dog é um filme visceral que dá voz a um sem número de conflitos africanos que acontecem  anonimamente no continente negro sem que isso gere nenhuma manchete em jornais ou traga a atenção internacional. As situações são todas inspiradas em conflitos que realmente aconteceram, mostrando com uma realidade explosiva como acontece o “recrutamento” dos meninos para lutar nas guerras, sua iniciação no conflito, como as ordens são dadas e a mentalidade deles antes, durante e depois dos ataques.

Como o filme se divide em dois lados, o lado das crianças que atacam e a visão de uma que tenta fugir e sobreviver também sentimos na pele não só o desespero ante a violência do grupo de Mad Dog, mas também vemos pelos olhos da pequena (e extremamente responsável) Laokole como é ter que escapar desta loucura perdendo no processo tudo que se tem numa guerra tão sem sentido.

 O diretor Jean-Stéphane Sauvaire até então havia trabalhado apenas como diretor-assistente, diretor de segunda unidade e feito alguns poucos documentários, e este que foi o seu primeiro grande trabalho de ficção (uma ficção bem realista, diga-se) conseguiu comandar com uma boa mão um grupo de atores desconhecidos, alguns com experiências de guerra, e conseguiu montar um drama cru, mas extremamente efetivo.

Os atores, não creditados ao final com exclusão de Johnny e Laokole, fazem um excelente trabalho passando uma credibilidade impar à fita tornando a experiência de assistir o filme uma verdadeira montanha-russa emocional.

- Veredicto

Sem atores conhecidos e sem que isso importe em nada, Johnny Mad Dog é um filme excelente justamente pela credibilidade que os atores colocam em seus papéis, transportando o expectador para o meio do conflito e dando a visibilidade nescessária as matanças que ocorrem na África.

- Trívia

Os nomes dos “soldados” do pelotão de Mad Dog são inspirados em nomes reais encontrados em conflitos africanos. No grupo temos nomes de personagens como “Cachorro Louco”, “Coronel Nunca Morre”, “Cabeça de Galinha” (referente ao cabelo moicano que usa) e “Nenhum Conselho Bom”; e normalmente em conflitos tribais nomes como esses eram escolhidos pelos soldados. Em Serra Leoa nos conflitos atuais, por exemplo, haviam dois coronéis reais que se alto intitulavam, “Rambo Moldado em Sangue” e “Muitas Mortes em Minhas Mãos”.

Ganhou Menção Honrosa em Cannes

O filme é falado em inglês e num dialeto local, apesar do inglês do filme ser praticamente indecifrável.

Gravado na Libéria.

O filme ganhou prêmio de melhor roteiro francês no Deauville Film Festival.

Os efeitos visuais foram feitos por François-Xavier Aubague, que também trabalhou nos filmes Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, Christopher Nolan, 2008), Speed Racer (Speed Racer, Irmãos Wachowski, 2008) e Batman Begins (Batman Begins, Christopher Nolan, 2005) entre outros.

- Bônus

Apresentamos aqui o trailer alternativo com legendas em inglês. 


2 comentários:

  1. Um dos Filmes mais decepcionantes que já assisti, bom enredo, um ótimo roteiro a ser aproveitado, e o final,horroroso, sem sentido e ridículo.

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  2. Eu quero ver a porra do filme em portugues e não consego ...Mais q odio fdp !

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