domingo, 1 de março de 2009

Quarantine, Quarentena

Quarantine
(Quarentena)




“Lá fora eles não dão a mínima para oque está acontecendo aqui dentro!”

Assisti REC ano passado, e foi um filme inovador à sua maneira. Filmado em planos longos, em locações reais e com atores que na maioria das vezes não sabiam a reação dos demais em cena ele conseguiu ser uma boa surpresa no meio de um cinema de horror cada vez mais repetitivo.

Mas aparentemente nos Estados Unidos um filme em língua estrangeira não pode fazer sucesso e uma refilmagem completamente sem sentido foi feita. Quarantine é uma copia de REC sem mudanças significativas e feita aparentemente sem motivo, mas resenhamos e criticamos abaixo.

Quarantine (2008)
Quarentena
de John Erick Dowdle

com
Jennifer Carpenter (Angela Vidal)
Steve Harris (Scott)
Jay Hernandez (Jake)
Johnathon Schaech (George)

Ângela Vidal e seu cinegrafista Scott são repórteres que fazem um programa onde mostram as pessoas trabalhando na madrugada. Eles são escalados para acompanhar um grupo de bombeiros num chamado, filmando e mostrando como eles atendem à população, mas eles não sabem onde estão se metendo.

Um chamado aparentemente rotineiro se transforma numa luta pela vida quando a senhora que eles são tentando ajudar simplesmente ataca os bombeiros e policiais enquanto o grupo é contido pelo lado de fora por homens fortemente armados e usando roupas de contenção bacteriológica.

Trancados, brigando constantemente uns com os outros e sob o olhar da câmera de Scott eles tem que enfrentar um inimigo que aprece já estar entre eles.

- Trailer



- Crítica

Não ouso chamar este de um filme de John Erick Dowdle, o diretor creditado, pelo simples fato dele não ter tido nenhum trabalho em passar qualquer visão própria do filme, pois nada mais fez do que uma cópia do filme espanhol [REC] ([REC], Jaume Balagueró e Paco Plaza, 2007) sem nenhum acréscimo relevante, de modo que fica um tanto absurdo tentarmos entender o porque ele foi filmado. Não seria melhor simplesmente distribuir o filme espanhol?

[REC] em sua versão original foi filmado praticamente em planos únicos e bastante longos, os atores na grande maioria das vezes sabiam apenas as suas ações e como deveriam se portar em tela, e tudo foi filmado num prédio real, sem estúdios, dando credibilidade a fita.

O filme americano faz questão de emular tudo que é original no espanhol, reduzindo, cortando e copiando numa mistura sem gosto e sem novidades. As cenas são todas inspiradas no original, o desenrolar é exatamente igual ao original, até mesmo a ordem as pessoas a morrer é a mesma; coisas que dão certo, como nunca mostrar a face do cinegrafista (ouvimos sua voz, e podemos ver até uma partes de seu rosto, mas nunca vemos seu rosto de fato), são simplesmente destruídas na versão americana.

Antes de ver a cópia americana, sempre afirmei que [REC] era um filme morno, mas que se ganhava ao final, quando víamos o vetor principal da doença, conhecíamos oque tinha acontecido, e as cenas finais com a câmera em visão noturna, tínhamos contato com uma das cenas mais perturbadoras de um filme europeu de 2007.

A versão americana consegue estragar tudo isso, as motivações mudam, o filme original fala em termos religiosos, falando em possessão e coisas assim, enquanto os americanos só conseguem pensar em terroristas e terrorismo com uma cena final tristemente feita, longe de ser perturbadora como foi a do espanhol e que parece uma emulação mal feita, mal dirigida e que só poderia ser considerada um excelente exemplo como uma cópia que custou mais caro conseguiu sair muito pior soando mais ou menos como uma xérox mal feita de um livro ter custando vinte a trinta vezes mais que o livro original.

Jennifer Carpenter, muito conhecida pelo Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism of Emily Rose, Scott Derrickson, 2005) e pela série Dexter não está mal como a personagem principal, e reconheço o esforço de Steve Harris como Scott, mas a história chupada ao extremo não ajuda.

- Veredicto

O filme não é ruim, mas não consegue se sair bem numa comparação com o original, passe... assista [REC].

- Trívia

O filme não tem trilha sonora.

Não houve nenhuma exposição para críticos nos EUA

Custou 12 milhões

O filme foi um dos primeiros a ter um perfil no site Facebook, tinha um blog e soube utilizar bem a mídia digital para se promover.

Um comentário:

  1. Muuuito pior que a versão espanhola.
    A atriz tem cara de que tem síndrome de down...

    ResponderExcluir