sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

The Countess (A Condessa)

The Countess
(A Condessa)




“Amor é algo que existe apenas para manter
a mente de camponesas e virgens ocupadas
em um sonho.
A verdade é que ele não existe em nosso mundo”



Uma das histórias que mais tenho curiosidade é a de Lady Bathory apesar de nunca conseguir me aprofundar muito. Minhas principais informações sobre ela eram artigos publicados sobre assassinos da idade média e um documentário obscuro do Biography Channel que a pintava como uma das mais aterradoras assassinas do passado; A Condessa que se banhava em Sangue.

Há alguns anos lembro-me de ter lido a noticia que Julie Delpy (conhecida minha por ter feito a série ER e ser uma lobisomem no fraco “Lobisomem Americano em Paris”), escreveria, dirigiria e atuaria num filme sobre Bathory.

Esperei, mas não me animei. Não colocava fé nem no filme e nem na atriz, e graças aos céus, como eu estava errado...

The Countess, 2009
Bathory (título alternativo)
A Condessa (título em português)
de Julie Delpy

com
Julie Delpy (Condessa Erzsébet Bathory)
William Hurt (Thurzó Gyorgy)
Daniel Brühl (Thurzó István)
Anamaria Marinca (Anna Darvulia)

(Não confundir com o filme “Bathory” de Juraj Jakubisko de 2008)

O filme conta a história da Condessa Bathory, começando com sua infância e passando por seu casamento com o Conde Nadasdy. Após a morte marido, um poderoso guerreiro que lutava contra a invasão otomana, Lady Bathory sabia que precisa mostrar força, assim continua a financiar a campanha militar que seu marido comandava, além de não permitir que outros nobres, ávidos por poder, a ameacem de nenhuma maneira. Erzsébet assim torna-se uma figura respeitada e temida.

Neste tempo conturbado ela recebe uma proposta de casamento do Conde Thurzó, que ela recusa por não considerá-lo um partido a altura, mas logo começa um caso com o filho dele, o jovem Gyorgy Thurzó. O pai ressentido proíbe o encontro deles, e Bathory, que havia apaixonado-se pelo jovem perdidamente, pensa que foi abandonada por Giorgy principalmente por conta da idade. A condessa, então, torna-se obsecada por sua aparência e pela juventude, e vai a extremos tentando se manter jovem e quem sabe conseguir de volta Gyorgy.

- Trailer



- Crítica

Longe de ser uma estreante, Julie Delpy já dirige filmes desde 1995, com importância crescente. Seu filme anterior, 2 Dias em Paris (2 Days in Paris, Julie Delpy, 2007) atingiu uma boa notoriedade, e chegou a ser nominado e ganhar alguns prêmios em festivais europeus, mas a realidade é que nenhum filme dela chegou nem perto da densidade e grandiosidade desta produção franco-alemã.

Diferente do filme que Juraj Jakubisko fez em 2008 sobre Lady Bathory, Delpy consegue orquestrar a sua visão da história da condessa de sangue sem cair na armadilha de desconstruir todo o mito sobre ela. Vemos todos os elementos históricos e míticos de Bathory, apesar da idéia central do filme estar longe de pintá-la como uma assassina bárbara.

A fita funciona bem em todos os níveis, tendo um excelente visual, bom histórico e ação verossímil. Delpy merece grande parte do crédito, interpretando uma condessa capaz de atos atrozes, mas mesmo assim com quem podemos nos identificar. Daniel Brühl (conhecido pricipalmente por seu papel em “Adeus, Lenin!”), Willian Hurt e Anamaria Marinca estão todos muito bem.

- Veredicto

Fãs que queiram passear por uma visão fantasiosa, mas fiel ao mito e em certa dose ao personagem histórico de Lady Bathory podem assistir e se entreter com o filme de Julie Delpy. Recomendável.

- Trivia

Ethan Hawke, Radha Michell e Vincent Gallo teriam papéis no filme. Ethan Hawke faria Gyorgy, Radha seria Darvulia e Gallo interpretaria Dominic Vizakna.

Sobre o filme, Julie Delpy disse em entrevista: “Parece com uma história gótica, mas a verdade é que se trata de um drama sobre como as pessoas reagem ao receberem poder.”

Julie sabia do filme de Juraj Jakubisko, e longe de tentar se distanciar ela chegou a prestar tributo usando umas das musicas do filme de Juraj em seu próprio.

Um dos produtores do filme, Hengameh Panahi já produziu alguns filmes brasileiros. O mais recente foi "O Céu de Suely" (O Céu de Suely, Karin Ainouz, 2006)

A diretora de Arte Astrid Poeschke, já trabalhou em filmes como "V De Vingança" (V for Vendetta, James McTeigue, 2005), e "Operação Valkiria" (Valkyrie, Brian Singer, 2008).

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