quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Forbidden Planet (O Planeta Proibido)

Forbidden Planet
(O Planeta Proibido)




“Não importa onde você esteja na galáxia,
Isso é um pesadelo...”

- Lt. “Doc” Ostrow, se referindo a pegadas monstruosas no chão.


Meu primeiro contato com o filme foi feito de maneira completamente indireta. Havia uma loja de RPG em São Paulo, muito famosa nos anos 90, chamada Forbidden Planet, e procurando pela página dela, ainda nos tempos da internet discada, descobri que o nome da loja havia sido inspirado num filme de Ficção Cientifica antigo. Não dei mais importância que isso até por volta de 98 quando saiu uma lista dos 100 melhores filmes de fantasia e Forbidden Plannet estava entre os primeiros.

Procurei vagamente o filme até que por total acaso ontem o vi na TV a cabo (TCM).

E afirmo que praticamente toda a FC (ou SCI-FI) de hoje faz referência direta ou indireta a este filme.  

Forbidden Planet, 1956
O Planeta Proibido (em português)
de Fred M. Wilcox

com
Walter Pidgeon (Dr. Edward Morbius)
Anne Francis (Altaira 'Alta' Morbius)
Leslie Nielsen (Commander J. J. Adams)
Robby o Robô (Ele Mesmo)

Num futuro, a nave C-57D da federação dos Planetas Unidos (UP) é enviada ao planeta Altair IV para investigar a falta de comunicação deles para com seus compatriotas na terra há anos, mas ao se aproximarem são avisados pelo Dr. Edward Morbious, que não devem pousar ou estariam em grande perigo.

Cumprindo as ordens da federação, o Comandante J. J. Adams, segue com o plano e eles descobrem que praticamente toda população de Altair IV sucumbiu a um grande mal. Todos com exceção de Morbious e sua família.

Com a morte de sua esposa, Morbious e sua filha vivem sozinhos no Planeta, mas com a vinda da nave aparentemente a força estranha que matou todos os outros residentes volta, e um a um os tripulantes da C-57D começam a morrer.

- Trailer



- Crítica

Forbidden Planet é sempre apontado como um marco na ficção científica, e não é pra menos, o filme realmente consegue soar atual mesmo nos dias de hoje, além de ser bem filmado, equilibrado e contar inúmeras texturas dentro de si, pois, além de ser um excelente filme de ficção consegue sustentar um mistério de maneira bastante competente.

Talvez na época que fora filmado a película poderia ser, por muitos, colocada na vala comum dos filmes B de ficção, mas nada poderia passar mais longe da realidade. Forbidden Planet definiu como seriam os filmes de ficção de agora, e com mistério, comédia, romance e lutas memoráveis continua sendo lembrado conseguiu envelhecer bem, entrando pro Hall de filmes atemporais.

A direção de Fred M. Wilcox está impecável, talvez um tanto lenta para os dias atuais, mas consegue equilibrar tudo muito bem. Dos atores, temos que destacar os papéis interpretados por Anne Francis, impecável como a filha de Morbius que nunca antes havia visto outro homem que não fosse seu pai e que gera cenas que vão de engraçadas a constrangedoras por isso e Leslie Nielsen, que interpreta o comandante J. J. Adams (um precursor do Capitão Kirk) provando a minha geração que o viu apenas fazendo comédias, que Leslie era sim um ator multifacetado e não apenas o senhor nonsense das comédias que crescemos assistindo.

- Veredicto

Com efeitos inovadores para a época, um enredo interessante, psicológico e com aventura e mistério, O Planeta Proibido é um marco na ficção científica mundial, influenciando e soando um tanto atual mesmo nos dias de hoje. Fãs que acham que Star Wars e Star Trek são 100% originais, assistam este velho clássico e percebam o quanto não foi aproveitado pelos mestres da geração de ouro do Sci-Fi. Altamente recomendável.

- Trivia

O filme é vagamente inspirado na Tempestade, de Shaskespeare, com o planeta fazendo o papel da Ilha, Robby sendo Ariel e a criatura sendo Caliban.

Leslie Nielsen, hoje tão famoso por filmes de comédia como Corra que a Policia vem Aí e tantos outros, aparece jovem e galante no filme.

Há uma referência obvia à frase inicial de Robby e a fala inicial de c3po de Guerra Nas Estrelas (Star Wars, George Lucas, 1978).

Assim como em Star Trek eles fazem parte de uma “federação” de planetas e o médico é chamado de “doc” em situações muito parecidas com a de McCoy. Em entrevistas com o criador de Star Trek Gene Roddenbarry ele afirmou categoricamente se tinha se inspirado em Forbidden Planet. “Claro que sim!” respondeu.

Robby, estranhamente creditado no filme como “ele mesmo” apareceu (e aparece) em inúmeros filmes de Ficção Cientifica até hoje, sendo Forbidden Planet seu debut. Filmes incluem, “O menino invisível” de 1957, Gremlins de 1984, Looney Tunes - De Volta à Ação de 2003 entre outros. Em séries ele apareceu em “Perdidos no Espaço”, “Ark 2”, Além da Imaginação”, “Simpsons”, “Futurama” entre muitos outros tendo feito mais de 25 filmes e séries, sempre creditado como se fosse um ator próprio.

O robô da série “Perdidos no Espaço” é obviamente inspirado em Robby. Além disso Robby também apareceu na série uma vez.

Em Serenity (Serenity, Joss Whedon, 2005) o grupo vai atrás na nave C-57D no planeta Miranda. Isso é uma referência tanto ao Forbidden Planet quanto à Tempestade.

É dito que o aço adamantino dos Krell inspirou o Adamantium, o metal fictício usado nas garras do Wolverine.

Foi o primeiro filme a conter uma trilha sonora completamente “eletronica” que foi um marco para a época.

A parte que mostra Robby entrando em um dilema quando ordenado a matar o Comandante foi feita porque a criação de Robby foi inspirada nas leis da Robótica de Isaac Assimov.

O filme foi concebido em duas versões. A versão “matinè” onde não aparece a “indecente” parte do imediato ensinado Alta a beijar, além de diversas outras cenas de beijo e a versão “adulta” com todos os beijos que se podiam dar num filme dos anos 50.

Para 2010 está programada uma refilmagem, apesar de não termos nenhum diretor e nem atores escalados ainda.

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