sábado, 10 de janeiro de 2009

Oodishon, Audition

Ôodishon
(Audition )



Poucas vezes vi um filme tão cru e chocante como Audition, acho que o único que poderia ter uma comparação digna seria Irreversível (Irréversible, Gaspar Noe, 2002), que assim como o filme japonês, foi campeão em desistências em diversos festivais. A comparação para por aí, ambos os filmes são diferentes demais e tem propostas diversas demais para que qualquer semelhança seja levada em conta.
Tive contato com este filme por conta da famosa cena das agulhas, colocada em um site de cinema como uma das mais chocantes cenas já filmadas.

Ôodishon (1999)
de Takeshi Miike

Com
Ryo Ishibashi (Shigeharu Aoyama)
Eihi Shiina (Asami Yamazaki)
Jun Kunimura (Yasuhisa Yoshikawa)

A trama de Audition gira em torno de Shigeharu Aoyama, um viúvo de meia idade que mora sozinho com seu filho e trabalha numa emissora de televisão. Shigeharu é um bom pai, segue o ideal japonês de trabalho, mas é sozinho e ainda um tanto ligado à esposa. Seu filho percebendo a solidão do pai, e com o argumento de que logo acabará os estudos e sairá de casa, estimula o pai a procurar uma nova esposa.

Shigeharu percebe que o filho está certo, mas mesmo assim não consegue se imaginar num novo relacionamento e comenta o fato com um amigo, reclamando que devido a estar mais velho e por muito tempo não procurar uma esposa, ele não tinha mais experiência em conquistar mulheres, além de ter se tornado exigente demais, querendo um perfil muito especifico de esposa. O amigo, que também trabalha na mesma emissora de televisão que Shigeharu, tem uma idéia inusitada; com a desculpa de conseguir uma atriz para um filme, poderiam colocar anúncios procurando um perfil exclusivo de mulher e ele poderia conhece-las num ambiente controlado e poderia, daí, partir para um relacionamento.

A verdade é que Shigeharu inicialmente não vê a proposta com bons olhos, mas sem muita alternativa, resolve embarcar na idéia do amigo e fazer as audições para conseguir uma esposa.

Centenas de mulheres respondem ao chamado e na primeira seleção Shigeharu começa a se interessar por Asami Yamazaki, uma bailarina que havia sofrido um acidente e agora trabalhava como garçonete num bar.

Eles começam a sair, a se conhecer e Shigeharu logo está apaixonado por Asami. Seu amigo é contra, fala que há outras mulheres que ele poderia conhecer e que havia algo de estranho em Asami. Os contatos que ela havia dado em sua ficha de inscrição não batiam, sem contar que toda a história dela parecia um tanto quanto fabricada.

Shigeharu, no entanto, já estava apaixonado e nada iria detê-lo em ficar o a mulher que ele amava, oque faria colocar sua própria vida e até a de seu filho em perigo.

- Critica

Bem filmado, Audition funciona como um soco no estômago. Inicialmente um filme de estética leve, quase cômica lembrando uma comédia romântica dessas mais açucaradas onde um produtor de TV de meia idade parece estar caminhando para encontrar seu amor, apenas para logo em seguida sermos apresentados pouco a pouco ao mundo extremo e doentio de Asami.

Talvez esta seja a única critica real ao filme de Takeshi Miike. Ele dá demais... Takeshi perdeu uma grande oportunidade de chocar o espectador, uma vez que revela pouco a pouco a realidade sobre Asami, impossibilitando que nos choquemos (mais) com o acontecido. E imagino que se o filme tivesse virado de romântico a psicótico numa fração de segundo, teria chocado imensamente mais os expectadores.

No entanto, sr. Takeshi não decepciona, o filme é uma obra prima do cinema de horror oriental sendo amplamente recomendado para os apreciadores do gênero de estômago forte, assim como os outros filmes de Takeshi como o doentio e extremo Visitor Q e Koroshiya (Ichii The Killer, talvez seu filme mais conhecido)

- Trailer



- Poster



- Spoiler. “Kiri Kiri Kiri Kiri Kiri...”

O ponto alto pelo qual filme é conhecido é a famosa cena das agulhas, onde Asami tortura Shigeharu, drogando-o e em seguida furando-o com diversas agulhas no peito, no rosto e nos olhos.

- Trivia (retirada do IMDB)

Sendo uma referência no cinema extremo, Takeshi Miike fez uma aparição especial em O Albergue (Hostel, Eli Roth, 2005).

Durante a premiere do filme na Suíça em 2000, uma pessoa chegou a passar mal no cinema, médicos foram chamados.

O vômito na tigela para alimentar o prisioneiro era vômito real da atriz Eihi Shiina e segundo Takeshi, a própria Eihi insistiu em fazer isso para a cena.


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