segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Flickan Som Lekte Med Elden (A Menina que Brincava com Fogo)

Flickan Som Lekte Med Elden
(A Menina que Brincava com Fogo)




“Se os seus relatórios disserem que estou me comportando bem,
eu liberarei você quando a minha tutela terminar.
Mas se falhar, mandarei o nosso filme para todos os jornais
do país. Se algo me acontecer ou eu morrer, o filme
será divulgado. E se me tocar de novo, eu matarei você.
E mais uma coisa.
Se visitar a clínica em Marselha para remover a tatuagem
eu farei um novo trabalho.
Desta vez, na sua testa.”



O filme dá continuidade à saga de Stieg Larsson. Havia comprado os livros da série logo em seguida ao primeiro filme, e mesmo na época tendo saído esta continuação, fiz questão de ler o primeiro e o segundo livros antes der assistir ao segundo filme.

Isso, obviamente, pode ter influenciado minha opinião...

Flickan Som Lekte Med Elden, 2009
Millennium Part 2 – The Girl Who Played With Fire (título internacional)
The Girl Who Played With Fire (título alternativo)
Millenium II (título alternativo)
A Menina que Brincava com Fogo (título em português)
de Daniel Alfredson

com
Michael Nyqvist (Mikael Blomkvist)
Noomi Rapace (Lisbeth Salander)
Peter Andersson  (Bjurman)
Paolo Roberto (Paolo Roberto)
Micke Spreitz (Ronald Niedermann)

pode conter spoilers

Após o caso Wennerström (mostrado no primeiro filme) Lizbeth Salander afasta-se de todos que pode chamar de amigos, incluindo Mikael Blomkvist, e usa o dinheiro que conseguiu para viajar pelo mundo só voltando à Suécia um ano depois. Nesse tempo, Bjurman, o advogado que cuida da tutela de Lizbeth, que a tinha estuprado e que Lizbeth havia se vingado de maneira espetacular, tenta meios de sair da situação de chantagem que ela havia o colocado, fazendo inúmeros contatos no submundo.

Lizbeth vê o esforço de Bjurman, e volta a sua casa para lembrar o “contrato” que eles tem, e tudo parece voltar à normalidade até que sem mais nem menos Salander é acusada de assassinar um casal que trabalhava para desmascarar inúmeros políticos e figuras públicas da Suécia que colaboravam com tráfico de mulheres na Europa oriental, e que iriam publicar tudo na revista Millennium.

A partir daí cabe a Blomkvist, ora assessorado por Lizbeth, ora por conta própria, lutar para descobrir o que está acontecendo e provar a inocência de Salander. Blomkvist descobre, então, o passado da garota, o porque dela estar sob tutela e porque tantas pessoas que querem que Lizbeth seja institucionalizada e calada.

- Trailer



- Critica

Não é fácil tentar criticar o filme após ter lido os livros, mas posso ao menos traçar um paralelo com a primeira parte. O primeiro filme conseguiu manter de maneira bastante satisfatória o clima obscuro e denso em que a trama é passada, fazendo sim mudanças, mas que em maioria serviam para dar a fluidez necessária para que a história se desenrolasse no tempo que um filme cabe. (afinal é um livro de mais de 500 páginas)

O segundo filme, no entanto, não consegue o mesmo feito principalmente pela densidade e complexidade da trama. O que assistimos na primeira hora de exibição são cenas desconexas onde vemos retalhos de história que tentam a todo custo formar um todo sem muito sucesso, dando um aspecto um tanto videoclíptico para o filme sem que isso chegue a lugar algum.

Não vemos explicações suficientes do porque Lizbeth ter se afastado, do trabalho de Dag Svensson e Mia Bergman (pelo que mostra no filme seria apenas um exemplar qualquer de revista feito por um jornalista freelancer), de como e porque o “Gigante Loiro” aparece e das relações dos personagens em cena, principalmente a relação de Lisbeth com Holger Palmgren (Lizbeth é um personagem que nunca parece se importar realmente com ninguém, e em momento algum é explicado porque ela iria visitar Holger, por exemplo) e nem de Mikael com Erika. Tudo é rápido demais, fraco demais e solto, não formando uma trama sólida como conseguiu Niels Arden com o primeiro filme, e fazendo com que o segundo volume da Trilogia Millennium desande tornando-se confuso e desinteressante.

Sob a direção de Daniel Alfredson Noomi Rapace no papel de Lizbeth, que no primeiro filme apareceu excelente, está opaca e sem a força inicial. O asqueroso Bjurman interpretado por Peter Andersson perde sua capacidade de nos chocar como antes e a trama foi cortada, re-cortada e condicionada num todo que não convence. Os planos de filmagem são mal colocados, a fotografia clara demais para um filme com uma densidade e obscuridade como o que este pretendia ser e a continuidade é muito prejudicada; tudo parece ter sido feito sem esmero algum.

- Veredicto

Apesar de algumas boas atuações, como a de Michael Nyqvist, o segundo filme decepciona; e o que começou com uma promessa excelente se tornou um filme dispensável, mas que deve ser assistido aos expectadores do primeiro filme, já é a ponte para o próximo (que esperamos salve a o destino da trilogia).

- Trivia

Desconhecido no Brasil, Paolo Roberto é um dos rostos mais conhecidos da Suécia, e interpretou-se a si mesmo no filme. Ao contrário do que muitos podem pensar, Paolo não era amigo e nem conhecia Stieg Larsson, e para falar a verdade sequer sabia do livro até ele ser publicado. Acredita-se que Larsson colocou Paolo na história como uma brincadeira, e para nós seria talvez como se algum autor colocasse num livro que fala de uma temática séria, Jô Soares ou Silvio Santos, figuras conhecidas, como personagens.

Na porta do apartamento de Lizbeth temos o nome V. Kulla uma referência a Villa Villekulla, o lugar onde a personagem Pipi MeiaLonga vivia. Nos livros são várias comparações de Lizbeth com a personagem.

O filme teve estréia simultânea na Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca em 18 de Setembro de 2009.

Longe do circuito escandinavo o filme estou na Europa pela Espanha, tendo estreado lá uma semana depois, dia 25 de Setembro.

O filme foi mal recebido em todos os lugares, recebendo uma nota média no IMDB de 6.

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