domingo, 11 de janeiro de 2009

Legend, A Lenda

Legend
(A Lenda)



Há 4 filmes básicos de fantasia dos anos 80 e já vi eles serem chamados de “Quadrilogia Básica de Fantasia”, pois ensinaram uma geração a amar filmes e com alguma sorte, livros de fantasia que hoje em dia estão tão na moda e são feitos e vistos como superproduções. Os filmes são; Conan o Bárbaro (Conan The Barbarian, John Milius, 1982), A Lenda (Legend, Ridley Scott, 1985), O Feitiço de Áquila (Ladyhawke, Richard Donner, 1985) e Willow na terra da Magia (Willow, Ron Howard, 1988).

Conan, O Feitiço de Áquila e a Willow foram filmes que me marcaram profundamente em minha infância, os vi na época (alguns deles mesmo no cinema) e fazem parte do imaginário que tenho de fantasia, me influenciando muito até hoje e sendo filmes que, para mim, “formaram o meu caráter” como diria o pessoal do Jacaré Banguela.

Pretendo escrever sobre todos os três filmes aqui algum dia, mas hoje, falarei sobre o único que escapou e que tive a oportunidade de vê-lo realmente apenas agora. A Lenda. Não que não tenha visto o filme, o vi, mas não lembrava, acho que a única coisa que lembrava era que não tinha gostado... acho que não era (e talvez não seja) o meu tipo de fantasia. O vi apenas nas Seções da Tarde, normalmente só pedaços e confesso que nunca me entusiasmei muito por ele.

Meu interesse mudou, quando assisti um documentário falando sobre o Making Of de Blade Runner (talvez o melhor filme de Ficção Cientifica já filmado, que é do mesmo diretor de A Lenda, Ridley Scott). No Making Of, eles falavam que a produção de Blade Runner tinha sido extremamente caótica, assim como seu filme seguinte A Lenda e nenhum dos filmes haviam sido editados com respeito a idéia inicial do diretor, apesar de que o Ridley Scott aparentemente tinha conseguido lançar sua versão própria de A Lenda no Reino Unido, maior que a versão americana e com trilha sonora totalmente diferente, assinada por Jerry Goldsmith.

Li em diversos sites sobre a versão britânica, e pelo que diziam era um filme totalmente diferente do americano. Tudo isso, fez com que eu tivesse curiosidade de ver a versão britânica e passei um bom tempo tentando encontra-la. Achei que tinha encontrado e assisti, me decepcionando com o resultado.

O filme que vi, no entanto, não era a versão britânica, era a versão estendida, lançada em 2002, conhecida como Legend Ultimate Edition, e é sobre ela que eu irei escrever.

Legend (1985).
de Ridley Scott

com
Tom Cruise (Jack)
Mia Sara (Lili)
Tim Curry (Darkness)

A trama de A Lenda diz respeito sobre O Senhor da Escuridão, que vive no lado mais sombrio e mais profundo da floresta, e como ele mesmo diz; a luz tem o poder de destruí-lo de modo que ele precisa viver entre as sombras. Almejando dominar o mundo, ele precisa acabar com o sol; e usa seus goblins para destruir àquilo que o mantém brilhando.

Os goblins usam a inocência da princesa Lili para atrair a fonte da luz no mundo, e com isso conseguem mergulhar o mundo na escuridão.

Lili percebe o mal que fez, e vai até o covil da Escuridão tentando reparar seu erro, mas o demônio se apaixona por ela e a tenta para que ela se torne sua rainha. Cabe então a Jack, um jovem apaixonado por Lili que vive na floresta e que a conhece tão a natureza bem quanto qualquer elfo, resgatar Lili das mãos da Escuridão com a ajuda de duendes e fadas, trazendo novamente a luz ao mundo.

- Critica

A Lenda é excepcionalmente filmado, bem realizado e tem excelentes figurinos, fotografia e efeitos especiais (todos físicos, nada desta baboseira digital de atualmente que deixa tudo um tanto quanto emplastrado). Blix, o goblin, é talvez o único que corresponde a minha idéia mental de como seriam esses monstros, o castelo da escuridão é bem feito e até mesmo Oona, a fada, convence, apesar de talvez o personagem mais lembrado do filme seja responsabilidade de Tim Curry, como o demônio da escuridão. Com seu corpo vermelho, seus dentes pontudos e seus grandes chifres característicos, sua imagem povoa a mente de uma geração de crianças (hoje adultos) como um dos vilões mais lembrados (mesmo que o filme em si não o seja).

E é infelizmente só isso que posso falar bem da película ele é dispensável, o enredo pobre, não muito claro e corrido se perdendo numa alegoria sem sentido. O Filme (a versão Ultimate ao menos) tem cenas muito infantis, seguido de cenas muito adultas, não se decidindo por nenhuma vertente e acabando por se tornar uma chatice intragável.

Apesar de tudo, não queria condenar o filme, queria que ele tivesse dado certo e sei que o filme que eu vi não é, nem de longe, o mesmo filme que o diretor Ridley Scott queria fazer.

Pelo que pude ler sobre a produção de A Lenda, aparentemente, o filme inicial idealizado pelo diretor teria cerca de duas horas e meia, seria para adultos e seria muito mais sombrio que oque foi visto na tela. Esta versão inicial foi completamente recusada pelo estúdio, que cortou mais de 65 minutos e obrigou Scott a transformar o filme adulto num filme infantil (coisa que ficou tão forçada que não convenceu). Dizem (e repito, dizem) que a versão britânica ainda carrega a essência adulta e gótica que Ridley Scott queria imprimir ao filme inicial, mas, infelizmente não posso saber pois por mais que tenha caçado um exemplar da versão britânica não consegui de jeito nenhum.

- Veredicto

Por não ser nem infantil, nem adulto e não ter um enredo e nem uma história completa, continua a minha decepção sobre A Lenda, apesar de saber que é o filme favorito de fantasia de muitos e povoar o imaginário de outros tantos com as criaturas que nele contem. Ruim, muito ruim.

- Trailer



- Trivia (algumas delas tiradas do IMDB)

O Goblin Blix é interpretado por uma mulher, a atriz Alice Playten. Alice também dublou a voz de Gump.

O filme começou sua produção em 1982, mas o filme em si só ficou pronto em 1985, três anos depois, devido aos imensos problemas durante a produção.

O Título Original seria “Legend of Darkness” (A Lenda da Escuridão).

O grupo de Heavy Metal Sinfônico Hollenthon, utiliza na música Premonintion Lex Talionis de seu primeiro álbum, Domus Mundi, o discurso inicial da Escuridão bem no meio da música. Adoro a musica e tinha a ouvido incontáveis vezes por anos sem nunca saber que havia sido retirada do filme (já que só vi o filme pequeno e mesmo assim, dublado), assim, quando começou o filme e ouvi a escuridão falando achei muito interessante.

- Bônus

Um trailer feito por um fã ficou talvez mais interessante que o original, por isso o disponibilizo aqui.

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