terça-feira, 7 de abril de 2009

Snow White: A Tale of Terror, Floresta Negra

Snow White: A Tale of Terror
(Floresta Negra)




“- Conte-me uma estória, Nannau.
- Coloque seus dois pés junto aos meus, e aí veremos.
- Conte-me, Nannau, por favor.
- Tudo bem,deixa eu tomar fôlego. Um dia, não muito tempo atrás, sua mãe estava sentada à janela,olhando para a neve e de repente, ela furou seu dedo com a agulha! E seu sangue espalhou-se sobre a neve, e ela olhou e pensou: ‘Gostaria de um menininho’.
- Uma menininha, Nannau.
- Continue você. Conhece a história melhor que eu.
- Uma menininha com cabelo tão negro quanto o ébano da janela, e pele tão branca quanto a neve e lábios tão vermelhos quanto o sangue.”


Foi meio por acaso que assisti novamente Floresta Negra. Havia assistido há muito tempo, acho que pelo ano que foi feito e não lembrava muito da história, apenas partes esparsas, lembrando, apenas, que tinha gostado. É interessante ver como os filmes podem mudar em sua mente, e àquilo que tinha agradado muito muda completamente com os anos.

Snow White: A Tale of Terror, 1997
a.k.a. Snow White in the Black Forest
Floresta Negra (em portugês)
Branca de Neve: Uma História de Terror (título alternativo em português)
de Michael Cohn

com
Sigourney Weaver (Lady Claudia Hoffman)
Sam Neill (Lord Friederick Hoffman)
Monica Keena (Lilly Hoffman)
Gil Bellows (Will)

A mãe de Lilly morreu ao dar a luz, e ela cresceu os primeiros anos de sua vida sozinha com o pai, que a amava muito. Lord Hoffman, mesmo amando muito sua falecida esposa, ainda quer um herdeiro masculino e eventualmente se casou com Claudia, uma mulher de origem misteriosa que tenta de todas as maneiras conseguir a atenção de Lord Hoffman e dar a ele um filho para que possa ter consolidado o seu poder junto ao marido.

Lilly passa a detestar a madrasta imediatamente, a provoca quando pode e as duas passam a brigar constantemente pela atenção de Lord Hoffman. Conforme o tempo passa Lilly discute com Claudia por todo motivo que encontra, enquanto Claudia, vendo Lilly crescer e se tornar uma mulher, continua a trata-la como uma criança a vestindo de maneira infantil por pensar que assim poderia manter a atenção do marido apenas para si.

Mas Claudia não tem mais motivos para temer, pois depois de muito tempo finalmente conseguiu engravidar e está cada vez mais nas graças do marido, apesar de sua turbulenta relação com Lilly.
Um dia, numa festa dada por Hoffman para comemorar a vinda de seu futuro filho, Lilly encontra um vestido de sua mãe num sótão, e vestindo-se com ele e durante a festa passa a ser o centro das atenções, e roubando a cena de Claudia que passa mal e entra em trabalho de parto prematuramente.

Claudia perde o filho e dizem que ela não poderia mais engravidar. Amargurada, vingativa e sentindo que tudo que tinha conquistado com Hoffman se perdeu já que não poderia ter mais filhos a ele, Claudia culpa Lilliana e resolve mata-la.

Claudia ordena que seu irmão a mate, mas ele vacila e Lilly acaba fugindo para a floresta sendo encontrada por mineiros.

Lord Hoffman passa a procurar obsessivamente sua filha, fazendo com que Claudia tome medidas drásticas para tentar manter o poder que conseguiu, não importando quem se colocasse na frente, enquanto Lilly tenta voltar para casa e desmascaras a madrasta.

- Trailer



- Critica

A idéia de fazer a história da Branca de Neve utilizando os recursos reais e sombrios que os irmãos Grimm utilizaram é uma atitude louvável. E posso dizer que o filme tem inúmeros elementos ao seu favor.

A fotografia, os figurinos, as locações e tudo no que diz respeito do visual do filme está impecável, convincente e com um bom contraste de claro/escuro, que seria talvez a principal idéia num filme como este.

Os atores também foram muito bem escolhidos. Sam Neil como sempre fez um bom trabalho, Mônica Keena encaixa-se bem como Lilly e Sigourney Weaver como Lady Claudia chegou a ser indicada para o Screen Actors Guild Awards por sua performance como a madrasta.

Mas infelizmente isso é tudo que se sai de bem do filme. Ele cai naquele grupo de boas idéias com uma execução ruim. Não é culpa dos atores, eles tentam fazer um bom trabalho e cada um deles, mas a direção e o roteiro do filme parecem ter sofrido de inúmeros cortes de continuidade.

As partes não formam um todo e boas atuações isoladas formam uma sucessão de clichês fazendo com que alguns personagens fiquem com atuações pra lá de canastronas.

O Filme segue sem muito pé e cabeça, coisas longas passam em pouco tempo e coisas em pouco tempo acontecem longamente.

Exemplos? Lilly quando foge de sua casa após a tentativa de assassinato. A principio ela aprece fugir por poucos minutos (quanto diabos uma menina como essa pode correr no meio de uma floresta?) mas depois que ela se perde junto com os mineiros, não importa quanto tempo homens montados procurem por ela, eles não conseguem chegar aonde ela se refugiou. Afinal, o quanto ela correu para se distanciar tanto de casa?

Toda a ação com os “anões” é mal explicada. Qual a relação deles com ela? Ela simplesmente aparece na morada deles e vai ficando, mesmo com os conflitos existentes e discórdia entre eles.

Sem contra com a famosa cena de Sigourney Weaver como a velha que vai entregar a maçã envenenada. Ela está visualmente muito bem como velha, mas sinceramente a atuação dela naquele momento foi muito, mas muito canastrona.

- Veredicto

Por tudo que já foi dito acerca do filme não podemos dar nada mais para Branca de Neve: Uma História de Terror do que uma classificação média. O filme tem méritos e consegue fazer um clima muito, muito bom, mas a história não encaixa, falhando miseravelmente em causar algum terror nos expectadores e sendo uma pena, pois o filme tinha um excelente potencial e contou com efeitos físicos muito bons.

- Trivia

O papel da “princesa” Lilly foi inicialmente pensado com Alicia Silverstone no papel, mas ela não pode participar por conta das filmagens e divulgação do Blockbuster Batman & Robin (Batman & Robin, Joel Shumacher, 1997).

O filme foi oque realmente inspirou o grupo de Heavy Metal Industrial Rammstein a fazer o clipe Sonne, que também fala da branca de neve num contexto de terror.

Muita gente se espanta como Sigourney Weaver conseguiu cantar bem as musicas do filme, mas a verdade é que ela apenas dublou as musicas. A voz pertence a uma cantora que se especializou em musica medieval, Karen Hart.

A direção de arte fica a cargo de Peter Russel, que fez outros filmes de fantasia de sucesso como Stardust (Stardust, Matthew Vaughn, 2007) e Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland, Marc Foster, 2004) e os três filmes de Star Wars que contam o inicio da Saga.

- Bônus

Colocamos aqui o Clipe do Rammstein Sonne, inspirado pelo filme.


Um comentário:

  1. Gostei do post, jáestava interessado em assistir, onde você baixou?

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