terça-feira, 26 de maio de 2009

The Haunting in Connecticut, Evocando Espíritos

The Haunting in Connecticut
(Evocando Espíritos)




“Num lindo dia no meio da noite
Dois garotos mortos se levantaram para brigar
De costas um para o outro eles se encararam
puxaram suas espadas e atiraram
Um policial surdo ouviu o barulho
Veio e matou os dois meninos mortos”


Eu pouco sabia de Evocando Espíritos, apenas sabia de sua premissa principal, o filme havia supostamente sido baseado em fatos reais. Não é bem assim...

The Haunting in Connecticut, 2009
Evocando Espiritos (em português)
de Peter Cornwell

com
Virginia Madsen (Sara Campbell)
Kyle Gallner (Matt Campbell)
Elias Koteas (Reverend Popescu)
Amanda Crew (Wendy)

Matt é um adolescente com câncer, e sua família faz tudo para ajuda-lo, apesar de todas as dificuldades financeiras e emocionais do processo. Sara, sua mãe, tem que dirigir quilômetros e quilômetros até uma cidade em Connecticut onde fica o hospital onde ele faz tratamento, e chega um momento que isso se torna insustentável. A família, mesmo com dificuldades financeiras enormes, resolve então comprar uma casa nos arredores do hospital, para que não ficasse tão ruim as idas e vindas.

A casa, muito mais barata do que a média, no inicio parece acolhedora e perfeita para a família, mas pouco a pouco coisas estranhas começam a acontecer, e quando a família descobre que a residência já havia sido uma casa funerária já é tarde, eles estão no meio de um conflito entre os espíritos.

- Trailer



- Crítica

Evocando Espíritos é um filme divertido, dirigido por Peter Cornwell que não havia feito trabalhos relevantes no cinema antes deste, mas estrelado por nomes razoavelmente conhecidos como Virginia Madsen (que está muito bem) e Elias Koteas que conseguem passar alguma carga de verossimidade à fita. No entanto, penso que oque faz do filme uma diversão boa para uma tarde é um fato isolado mais do que por todos os esforços dos atores e diretores. A presença premissa de que o filme é baseado em fatos reais.

O filme se esforça para isso, juntando elementos que seriam apoiados pelo sistema de crenças do espiritismo que goza atualmente de algum crédito em relação à comunicação e ajuda a espíritos presos nesta terra.

O aparecimento destes elementos ainda mais num país como o nosso onde que nutre uma grande simpatia pela doutrina de Alan Kardec fez coisas incríveis no cinema... haviam pessoas gritando no cinema conforme a trama se desenrolava. Sustos faziam com que muita gente suspirasse e ouvia comentários das pessoas à minha volta de “Meu deus, tenho que sair daqui.”

Acredito que todos esses comentários, sustos e reações, só foram possíveis por conta de que todos viam oque se desenrolava na fita como algo possível, algo que havia acontecido a uma família e algo que está enraizado em parte da população em seu sistema de crenças pessoais com a continuidade da alma e a existência de espíritos presos em nosso plano, seja eles bons ou maus.

Usar esses elementos (mostrando seções espíritas e médiuns na tela) foi uma forma de comprar a credibilidade com muitas pessoas e leva-las ao terror com as situações, e feito isso desta maneira é mérito sim do diretor e da produção do filme no que tange a controle e criação de um clima.

No entanto nada do que aparece na tela é real, verdadeiro ou realmente baseado em fatos reais... isso não torna o filme pior, de maneira alguma... se o diretor conseguiu levar os expectadores a experimentarem uma gama de sentimentos por estímulos, é mérito dele, mas infelizmente (como é exposto ao final desta critica) nada do que se vê na tela é real e portanto fica a pergunta, as pessoas teriam as mesmas reações que pude ver no cinema (e que muitos poderiam experimentar mesmo em casa) se eles não ficassem dizendo a todo minuto que as coisas na tela são reais e baseadas num fato que aconteceu supostamente com uma família comum e “boa” como pode ser a do expectador?

Não sei... acho que não.

- Veredicto

Com a utilização por parte do diretor de elementos que soam reais e de uma história teoricamente baseada em fatos reais o filme segue assustando uma multidão de expectadores, no entanto de real o filme pouco tem.

- A Verdade sobre o filme “Haunting of Connectcut” (contém MUITOS spoilers)

A história real que deu origem ao filme e a um livro é de Allen e Carmen Snedeker, um casal que realmente como o filme se mudou para poder ajudar no tratamento do filho contra um câncer. Diferença principal aí seria o fato de não ter essa separação entre casa nova e velha; quando a família se mudou, se mudou. Não teve essa parte de “duas casas duas hipotecas” como vimos no filme que visava principalmente mostrar uma família que enfrentaria dificuldades financeiras imensas para cuidar do filho. As dificuldades existiam, mas de maneira bem menos dramática da que foi mostrada na fita. 

Vale ressaltar que não havia sobrinhas ou outras pessoas na família. O casal tinha uma filha mais velha e três filhos pequenos... sendo um dos filhos pequenos o que tinha câncer.

Além disso, os primeiros a perceberem qualquer sinal de aparições não foram as crianças pequenas, foram os pais, eles começaram a ver coisas e a experimentar situações que eles classificavam como inexplicáveis, no entanto, os filhos, se experimentaram algo foi em seguida aos pais e não da maneira como foi mostrada, onde o filho doente e fragilizado seria o ponto principal das aparições e da sensibilidade ao que acontecia.

Sobre a casa podemos falar que sim, havia sido um estabelecimento funerário, mas longe de ser da forma como foi mostrado no filme. Não haviam moveis ou quartos com objetos da casa funerária, não haviam livros, coisas nas paredes, ou absolutamente nada assim. O único vestígio da casa funerária deixado para trás foram algumas garrafas de liquido embalsamador... assim tudo que mostra no filme em relação a fotos, objetos e principalmente a sala de embalsamamento no porão é absolutamente falso, nada daquilo realmente estava lá e isso inclui as “pálpebras” e outros objetos tidos como utilizados na criação ou utilização de necromancia. Na realidade, apenas o espaço da casa havia sido utilizado por uma funerária e não haviam corpos enterrados no local ou coisa alguma nesse sentido.

Chegamos agora ao ponto principal das aparições, e esta parte talvez seja a parte mais diferente da realidade. Creio que muitas pessoas acreditavam e chegaram a ter grandes reações ao filme no cinema pelo fato se serem espíritos e serem mostrados “médiuns” e “seções espíritas” com a presença de “pesquisadores sérios e cientistas”.

Absolutamente nada disso aconteceu.

As aparições na casa não foram de espíritos, não foram conduzidas seções espíritas e na história original não houve médiuns ou qualquer pessoa relacionada a doutrina de kardec. A família, e isso vale ressaltar, não foi em nenhum momento assolada por espíritos. A família real do fato foi assolada por DEMÔNIOS, que tinham chifres e cauda pontuda... (oque é bem difícil de qualquer pessoa normal acreditar e levar muito a sério hoje em dia... no entanto, em relação a espíritos há uma maior aceitação).

E a partir deste fato a história real fica cada vez mais fantasiosa a ponto de não ter credibilidade nenhuma. O casal real da história via demônios em casa, e eles faziam coisas como sexo com a mãe e com o pai. O casal reportava que eles eram estuprados pelos demônios com constância praticamente diária. E pior, isso se deu por ANOS sem que eles achassem que fosse um problema suficientemente grande para que vendessem a casa ou fossem embora dela.

E como o problema acabou. Um casal de “estudiosos do sobrenatural” famosos Ed and Lorraine Warren foram a casa e “expulsaram” os demônios com rituais próprios. Em seguida achando que a história poderia dar algum lucro como em Amityville, os “estudiosos do sobrenatural” compraram a história da família e pagaram a um autor de ficção chamado Ray Garton (responsável inclusive por escrever sobre Buffy A caçadora de Vampiros) para escrever o relato real do que aconteceu na casa.

Até aí tudo bem... mas o escritor simplesmente achou impossível escrever qualquer coisa vagamente real, e a verdade é que a família mudava o relato praticamente cada vez que o contava... quando estavam sozinhos contavam de uma forma e quando estavam juntos a história era bem diferente... as datas e quando tinham começado também mudavam e logo o autor viu que não podia escrever nada “real” assim... resolveu apenas usar lugares e a idéia geral e escreveu um livro rentável e que misturava espíritos (que até então não existiam, era uma história sobre demônios) médiuns e esse tipo de coisa (quando NADA disso realmente apareceu) e fez um livro “vagamente baseado em fatos praticamente reais”.

Vale ressaltar que a casa NUNCA foi demolida, queimada ou nada deste tipo... ela no máximo foi reformada, e o filho não recebia um tratamento experimental como mostrado. 

2 comentários:

  1. Interessante a sua crítica, mas vale ressaltar que: INDIFERENTE DA ESTÓRIA SER BASEADA EM FATOS REAIS OU NÃO; a palavra baseio se refere à: USAR ALGO COMO SUPORTE(exemplo, base, etc.),E NÃO À FAZER ALGO QUE SEJA DE FATO IGUAL AO OCORRIDO. Fora que se fosse para ver DEMÔNIOS como você mesmo argumentou a índice de telespectadores fanáticos cairia drásticamente, pois, as pessoas teêm medo de se referir à demônios, imagine então à ver o que eles fazem. Creio que você tenha um GRANDE POTÊNCIAL COMO CRÍTICO, mas deve tambem levantar as boas características de seus relatos ,pois, assim Melhor será o teu trabalho e maior o teu RECONHECIMENTO. "Muita MERDA com suas novas críticas". Espero ter lhe ajudado. Atenciosamente uma colunista de críticas em um jornal escolar.

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  2. Só uma coisa, o conto correto é:
    EM UM DIA CLARO,
    NO MEIO DA NOITE.
    DOIS MENINOS MORTOS,
    SE LEVANTARAM PARA LUTAR.
    OS DOIS MENINOS,
    VIRARAM DE COSTAS UM PARA O OUTRO;
    SACARAM SUAS ESPADAS E ATIRARAM.
    UM POLICIAL SURDO,
    HÁ UMA ESQUINA DE DISTÂNCIA,
    ESCUTA O BARULHO E VAI VER O QUE É;
    AO CHEGAR, ELE MATA...OS DOIS MENINOS MORTOS!
    ass:mesma jornalista de coluna escolar do comentário anterior

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